
Era de noite...
como sempre...
quando eu bati à tua porta...
e na escuridão da tua casa...
tu vieste abrir...
e não me conheceste...
Era de noite...
são mil e uma...
as noites....
em que bato à tua porta...
e tu vens abrir...
e não me reconheces...
...porque eu jamais...
...bato à tua porta...
Contudo,
quando eu bati à tua porta...
e tu vieste abrir...
os teus olhos de repente...
viram-me...
pela primeira vez...
como sempre...
a cada vez ...é a primeira..
a derradeira...
instância do momento...
de eu surgir...
e quando então me vê...

Era de noite...
quando eu bati à tua porta.....
e tu vieste abrir...
e viste-me...
como uma naufraga...
sussurrando qualquer coisa...
que ninguém compreendeu...
Mas... era de noite...
e por isso...
tu soubeste que era eu...

e vieste abrir-te...
na escuridão da tua casa....
Ah... era de noite...
e de súbito...
tudo era apenas...
lábios...
pálpebras semi serradas...
suores...
desejos...
fantasyas...
cobrindo o corpo...
de flutuantes gemidos...
de palpitações trêmulas...
adejando pelo rosto....
Beijava os meus olhos...
por dentro...
beijava os teus olhos...
fechados...
beijava-te...
ambos se entregando...

e estendia a mão...
sobre o meu pensamento...
corria para ti...
minha praia...
jamais alcançada...
impossibilidade desejada...
de apenas poder pensar-te...

São mil e uma...as noites...
em que não bato à tua porta...
e vens abrir-me...
(by Vidinha *Melll)










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