terça-feira, 21 de julho de 2009


Criar...

A capacidade de criar mundos, sonhos, personagens e sentimentos nada abstratos.

A simplicidade de pequenos gestos e palavras doces...

Colocar peça sobre peça e desenvolver um mundo onde conseguisse ter um momento em que pudesse fechar os olhos num silêncio total e respirar profundamente, sem medo que as lágrimas saiam do seu esconderijo.

Existem demasiados ruídos lá fora, não esquecendo todos os que existem aqui dentro.

Talvez, não falte nada, mas eu continuo a sentir que falta tudo, e que as palavras e os momentos respiráveis neste palco fogem-me pelos dedos como grãos finos da areia de uma praia deserta...

Tento seguir em frente soltando as amarras e os golpes sôfregos de dias que demoram a passar e que sobrecarregam os ombros.

Mas, penso que o melhor será nem avançar nem recuar, permanecer letárgica na incógnita de andar à deriva sem ser eu a escolher qual o caminho...

Como se estivesse na constante sensação de entrar dentro do mar, flutuar, abrir os braços e deixar-me ir ao sabor da corrente, seja ela de que intensidade for...

Simplesmente ir e sentir-me como se alcançasse aquele tal momento que tanta falta me faz sentir, nos limites mais secretos da alma...

Suplementos...

Aproveitar o mar, o sol, as palavras, a dança, a música, os silêncios. Descobrir espaços criativos ao meu redor para descansar o corpo, desarmar o espírito e deixar o peso que carrego entregue à terra.

Começar a criar madrugadas, novos amanheceres...

Delicadamente...

Com estrelas ainda a espreitarem do céu para os primeiros raios do sol...


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