sábado, 23 de janeiro de 2010


Não me prendo a nada

que me defina.
Sou companhia,

mas posso ser solidão...
Tranqüilidade e inconstância,

pedra e coração.
Sou abraços, sorrisos,

ânimo, bom humor,
sarcasmo, preguiça e sono.
Música alta e silêncio.
Serei o que você quiser,

mas só quando eu quiser.
Não me limito,

não sou cruel comigo!
Serei sempre apego

pelo que vale a pena e
desapego pelo que

não quer valer…
Suponho que me entender

não é uma questão de inteligência
e sim de sentir,

de entrar em contato.
Ou toca,

ou não toca...


(Clarice Lispector)

0 comentários: